Como a Disforia de Gênero é Tratada?

As opções de tratamento variam significativamente dependo das necessidades individuais pessoa. Toda transição é única e não há uma forma única de transicionar. Essa seção é uma lista de caminhos possíveis.

Transição Social

Em uma frase: Sair do armário. Isso é simplesmente anunciar ao mundo que você é transgênere. Você anuncia que você deseja usar um novo nome e/ou novos pronomes - ou não, você pode simplesmente querer que as pessoas saibam que você é trans e não se identifica realmente com seu gênero designado ao nascer. Para alguns enbies isso pode nem ser um passo inteiro em suas transições pois gênero é um espectro e há homens não-binários e mulheres não-binárias.

Uma transição social é o ato de pisar fora do armário e isso pode aliviar um monte de estresse oriundo da supressão de si próprie.

Transição Jurídicas

Isso é o processo de corrigir os seus documentos jurídicos para refletir seu verdadeiro gênero. Isso pode ser por uma ordem judicial para alterar o nome civil e o gênero na certidão de nascimento, inclusão de nome social em documentos oficiais, ou reemissão de certidões de nascimento e casamento.

No Brasil, adultos podem mudar o nome e o sexo nas certidões de nascimento sem necessidade de autorização judicial desde junho de 2018 graças ao Provimento Nº 73/2018 do CNJ.

Transição Apresentacional

Essas são as mudanças de como você se estiliza, sejam suas roupas, seu cabelo ou o uso de maquiagem. A nossa sociedade fortemente generiza todas essas coisas e mudar a apresentação é tanto reafirmante para si próprio como também manda dicas para as pessoas ao seu redor de como se quer ser chamade.

Transição Médica

Para adultos, isso é hormonioterapia (também chamade de terapia hormonal e abreviada como TH) e cirurgia. Para adolescentes isso significa bloqueadores de puberdade até que sejam maduros o bastante para terem certeza de qual hormônio gonadal querem. Para pré-púberes, isso é basicamente nada. Deixe-me repetir já que os transfóbicos errando nesse ponto.

CRIANÇAS PRÉ-PÚBERES NÃO FAZEM TRANSIÇÃO MÉDICA.

Embora a Academia Americana de Pediatria fortemente encoraje a validação e aceitação da juventude trans e permita todas as outras formas de transição, eles explicitamente não apoiam, e o Conselho Federal de Medicina brasileiro proíbe, que médicos comecem a hormonioterapia ou bloqueadores de puberdade antes que a criança tenha atingido o estágio Tanner 2.

Ademais, nenhum cirurgião nos Estados Unidos ou no Brasil fará cirurgias de alteração de gênero em menores de idade (salas as “correções” feitas em pessoas intersexo o que é um problema fora do escopo deste artigo). Pouquíssimas crianças tem características fortes o bastante para serem lidas como homens ou mulheres sem as dicas providas pela apresentação. Permitir que uma criança mude seu cabelo e roupas é tudo que é necessário para a criança ser lida menino ou menina.

Transição Hormonal

Hormonioterapia Masculinizante (características sexuais femininas para masculinas) consiste ba introdução de testosterona, geralmente por via de injeção intramuscular ou gel tópico. O aumento no total de hormônios gonadais tipicamente causa cessão da ovulação que é a fonte da maioria do estrogênio produzido nos ovários.

Hormonioterapia Feminizante (características sexuais masculinas para femininas) consiste na introdução de estrogênio, tipicamente estradiol, por comprimidos orais, patches ou injeções regulares (intramusculares ou subcutâneas). O uso de implantes que lentamente dispensam hormônios está cada vez mais comum. É também prática comum prescrever um anti-andrógeno para bloquear a produção ou absorção da testosterona. O remédio mais comum para isso é o Acetato de Ciproterona, um bloqueador de receptores de andrógenos. Como ele não é disponível nos Estados Unidos, os americanos costumam usar a Espirolactona que é um remédio de pressão sanguínea que tem efeito colateral de bloquear a testosterona. Médicos podem também prescrever Bicalutamida que também bloqueia receptores de andrógenos. Entretanto, alguns médicos podem simplesmente optar por usar maiores dosagens de estradiol para causar uma parada na produção de testosterona pelo corpo.

Em adolescentes, bloqueadores de puberdade podem envolver os bloqueadores de andrógenos acima ou o uso de antigonadotropina (remédio que bloqueia os hormônios que causam a produção de estrogênio e andrógeno) tal como acetato de leuprolida (uma injeção a cada alguns meses) ou acetato de histrelina (um implante anual).

Transição Cirúrgica

Cirurgias transgêneras são tipicamente divididas em duas categorias:

Cirurgia de Baixo (Bottom Surgery, modifications to genitals).

  • Feminizante:

    • Orquiectomia (remoção dos testículos)
    • Escrotectomia (remoção do tecido escrotal, seguindo orquiectomia)
    • Vaginoplastia (criação de uma cavidade vaginal)
    • Vulvoplastia (criação de uma vulva com ou sem profundidade)

Para Sua Informação

Uma nova área em desenvolvimento de cirurgia de baixo são as operações, em AMABs não-bináries, que tentam fazer vaginoplastia sem a remoção do pênis. Essa cirurgia é extremamente experimental e foi feita menos de uma dúzia de vezes nos Estados Unidos, mas os prospectos para o futuro parecem bons.

Uma opção adicional para cirurgia não-binária é a cirurgia de nulificação genital que tenta completamente remover a genitália externa, deixando apenas uma apertura uretral.

  • Masculinizante:

    • Histerectomia (remoção do útero e cérvix)
    • Ooforectomia (remoção de um ou ambos os ovários)
    • Vaginectomia (remoção da cavidade vaginal)
    • Metoidioplastia (um processo que aumenta o tamanho do clitóris em um pênis)
    • Faloplastia (construção de um pênis a partir de um enxerto de pele)
    • Uretroplastia (extensão do canal uretral através do falo)
    • Escrotoplastia (uso dos lábios maiores e falso testículo para construir um escroto).

Cirurgia de cima (Top Surgery, modificações aos seios)

  • Feminizante:

    • Aumento dos peitos por transferências de gordura ou implantes.
  • Masculinizante:

    • Mastectomia bilateral (remoção do tecido dos peitos) com reconstrução do tórax.

Cirurgia Feminização / Masculinização Facial (modificações ao crânio, cartilagem e pele na face).

Quanto mais jovem uma pessoa começa a transição hormonal, menor é a necessidade dessas cirurgias, especialmente se começarem antes dos 20.

  • Feminizantes:

    • Recontorno da testa
    • Recontorno da cavidade ocular
    • Levantamento da sobrancelha
    • Correção da linha do cabelo
    • Blefaroplastia (levantamento das bolsas dos olhos)
    • Rinoplastia (remodelação do nariz)
    • Implantes de bochecha
    • Levantamento labial
    • Preenchimento labial
    • Recontorno da mandíbula
    • Depilação traqueal (redução do pomo de adão)
    • Ritidectomia (levantamento facial)
  • Masculinizantes:

    • Aumento da testa
    • Aumento da mandíbula
    • Aumento do queixo
    • Aumento traqueal (aumento do pomo de adão)

Outras cirurgias transfemininas:

  • Brazilian Butt Lift. Gordura da barriga é transplantada para os glúteos para aumentar a razão de quadril-cintura. BEM ARRISCADA
  • Cirurgia de Feminização de Voz. Uma incisão é feita nas cordas vocais para permanentemente aumentar o timbre.
  • Cirurgia Cinderella. Ossos no pé são diminuídos para reduzir o tamanho dos pés. EXTREMAMENTE ARRISCADA
  • Redução de Ombros. A clavícula (o osso que liga os braços aos tórax) é diminuída para reduzir a largura dos ombros. EXTREMAMENTE ARRISCADA